Boa Tarde!
O texto abaixo fala da experiência de uma de nossas colegas de luta Georgia (DM1), já publiquei um depoimento dela meses atrás, porém conhecendo á fundo descobri que ela é voluntária em uma ONG que presta atendimento às crianças portadoras de cardiopatia congênita e seus familiares, quando puderem acessem o site: http://www.pequenoscoracoes.com.
Ela narra suas gestações e enfatiza a do Lucas, explicando o que é uma cardiopatia congênita.
Quando se é diabética a primeira coisa que pensamos ou que nos dizem que "o problema" do bebê é em função da DM, isso mexe intensamente com a mãe, Geórgia nos fala bem sobre isso.
Bacana ler estes depoimentos que nos encorajam a lutar mesmo quando tudo parece fugir do script que criamos...
"Olá pessoal!
Meu nome é Georgea Leal, tenho 44 anos e desenvolvi um
diabetes juvenil em novembro de 1995. Já tinha uma filha de 3 anos, que por
acaso nasceu prematura de 4 kgs e meus pontos inflamaram (fiz cesárea), apesar
de ter feito pré- natal,nunca tinha tido
diagnóstico de diabetes, mesmo fazendo alguns exames, inclusive curva
glicêmica, os médicos somente diziam que eu tinha pouco açúcar no sangue. Na
“ignorância” dos meus pais eu precisava comer doce.......e assim foi até ter a
crise hiperglicêmica, aos 27 anos.
Bom, mas o que me traz aqui foi o convite feito pela
querida Kath, para falar sobre meu segundo filho, Lucas, que é cardiopata.
Em março de 1996 tive minha segunda gestação, sendo que
no 5º mês descobri que Lucas tinha um problema grave no coração. Quem descobriu
foi um médico ultrasonografista aqui no RJ e me encaminhou para um ecocardiograma
fetal.
No primeiro lugar que fiz, saí de lá arrasada, porque o médico me disse
que se eu morasse nos Estados Unidos, poderia tirar meu filho, já que aqui o
aborto não é legalizado, porque ele não iria viver.
Fiquei muito mal, entrei em
depressão, mas continuei com meu plano alimentar, doses de insulina, e
glicemias corretas, apesar de tomar algum remedinho a mais para a ansiedade que
acabei desenvolvendo.
Eu e meu esposo lembramos de um amigo, Dr. Flavio(
cardiopediatra), que foi nosso vizinho e tinha se mudado para Campos. Ele nos
recomendou a CARPE ( Cardiologia Pediátrica e Fetal), onde fomos atendidos
pelos médicos Dr Franco Sbafh ( in memorian), e Dr Astolfo Serra Jr. Fizeram o
eco e realmente comprovaram que ele tinha uma cardiopatia grave:Hipoplasia
ventricular direita, CIA, CIV, atresia pulmonar e destrocardia. Fiquei
apavorada com esse diagnóstico, nem imaginava que criança tinha problema de
coração, me senti culpada em função do diabetes, é como se ele tivesse meio
coração....
Mas isso é uma má formação congênita. Qualquer criança
pode nascer com uma má formação em algum órgão,sendo a mãe diabética ou não.
Portanto mãezinhas, caso tenham algum diagnóstico de má formação em seus bebês,
não se descontrolem, não é nossa culpa.
Procurei sobre tudo que podia, e hoje faço parte de uma ONG
de crianças cardiopatas aqui no RJ,com sede em SP, a Pequenos Corações, onde fazemos visitas aos hospitais e sempre
procuramos levar uma palavra de conforto, onde o principal objetivo é
esclarecer sobre cardiopatia congênita, a necessidade de um diagnóstico
precoce, e tratamento adequado no tempo certo.
1 em cada 100 crianças nascem com algum tipo de cardiopatia.
A incidência de cardiopatia congênita é 8 vezes maior que
a Síndrome de Down. Existem vários tipos, desde as mais simples, até as mais
complexas, onde é necessário correção cirúrgica.
Cardiopatia congênita é qualquer anormalidade na
estrutura ou função do coração, que surge nas primeiras 8 semanas de gestação,
quando se forma o coração do bebê. Ocorre por uma alteração no desenvolvimento
embrionário da estrutura cardíaca, mesmo que descoberto no nascimento ou anos
mais tarde.
Lucas, meu filho, passou por três cirurgias de correção,
6 cateterismos, angioressonâncias, ecotransesofágicos....e
outros procedimentos, mas leva uma vida normal. Tem 16 anos e cursa o segundo
ano do ensino médio. Ao contrário do que ouvi de algumas pessoas e médicos, ele
está muito bem, graças a Deus ! Nunca desanimem, nem deixem de procurar
esclarecimento."
Para saber mais acesse este vídeo:
Obrigada Kath por compartilhar com agente essas historias de luta e superação... e a Georgea Leal por dividir a sua historia, nos diabéticas sempre achamos que somos culpadas se algo der errado ( eu nem sou mãe, mas ja sinto isso se algo der errado) mas quando leio essas historia me da um alivio!!
ResponderExcluirBjs