26/06/2013
Pegamos um baita trânsito,
com esta onda de protestos eu e Anderson ficamos presos na Marginal Pinheiros,
liguei pra médica avisando que atrasaríamos, a mesma disse que nos aguardaria.
Dormi e acordei várias vezes no ônibus a viagem de 30 minutos durou quase 3
horas, eu já estava toda dolorida, Davi se mexia e doía, tudo em mim doía muito.
Fui medir a glicemia, estava 95 mg/dl, era hora do lanche da manhã, comi no
ônibus mesmo, minha bolsa parecia uma cantina, balas em caso de hipo, 2 frutas
e pão integral, eu economizava dinheiro, era saudável e sabia o que de fato
estava comendo.
Minha bolsa durante a gestação:
carteira, guarda-chuva, lenços umedecidos pequeno (na gravidez passei a ficar com
a vagina mais molhada), protetor diário (minha obstetra odiava por que abafava,
porém com a umidade vaginal da gestação se eu não usasse seria uma calcinha por
hora), segurador de bolsa para mesa (pendurava em qualquer ferro do ônibus pra
bolsa ñ me incomodar), caderneta, caneta, chaves, nécessaire e os alimentos que
eu descrevi acima, além dos exames e planilhas do dextro. Claro que o Anderson
a carregava, quando eu saia sozinha colocava tudo isso numa mochila.
Chegamos ao consultório e
tivemos que aguardar a médica terminar de atender seus pacientes, ela viu as
glicemias, tinha algumas hipers por conta do corticóide (tomei dias 21 e
22/06/2013), ele ainda estava agindo no organismo, fez mudanças na basal pois o
bolus estava adequado, as hipers variavam de 120 mg/dl á 250 mg/dl, teve apenas
um episódio de 300 e pouco.
Daí você pode se perguntar:
-120mg/dl é hiper?
Com a macrossomia do Davi
mudamos a meta para 70mg/dl á 100mg/dl.
Eu me monitorava bem, era
assídua e não brincava em serviço, vou ser realista no que vou dizer, embora
não me apegasse á isso é uma realidade comprovada: Enquanto hiper faz o bebê
crescer demais, aumentar liquido amniótico o que pode causar parto prematuro,
segundo o médico (FMUSP) que fez minhas ultrassons hipo dá morte subida no
bebê, pode causar danos neurológicos e etc. Sabia que esta era situação que não
dependia de mim, mas eu tinha que fazer meu possível, tratava os resultados dos dextros como se
fosse uma corrida pelo prêmio da Mega Sena,passei a ser ainda mais regrada com
os horários da alimentação e monitoramento.
Alguns médicos acharam baixa
minha meta, disseram que poderia ser mais alta, porém temos que levar em
consideração todo o meu histórico como paciente antes de julgá-lo, quem acompanha o blog sabe, eu estava tomando
medicamentos pra segurar o bebê pois tive dilatação e contração precoce, tinha
um bebê grandão dentro de mim. Enfim, era uma linha tênue, hipo era um risco,
porém hiper também. E ai?
A obstetra decidiu que
continuaríamos com o Puran4 para tireóide e com o Metildopa para a pressão
arterial, lembrando que eu não tinha nenhuma dessas doenças, descobrimos as
mesmas com mais ou menos 31 semanas de gestação e estavam ligadas a questão gestacional
e hormonal, a tendência e sumirem depois do parto.
A endócrino me disse certamente
ganharia bebê esta semana com 34 semanas, afirmou que por todo o histórico o
Davi seria prematuro mesmo.
Ao me pesar vimos que eu
havia ganhado mais dois quilos da semana passada pra cá, ela não gostou mais
sabia que isso não dependia de mim, eu estava inchada e retendo muito líquido,
além da tireóide ter culpa nisso também.
Sai de sua sala com algumas
guias para exames, fora as que eu já tinha em casa passadas pela obstetra, no
total eram 10, ambas as médicas pediram exames de praxe para serem feitos antes
da paciente ganhar bebê.
Resolvi tirar uma foto com
ela e suas recepcionistas, ainda não havíamos tirado nenhuma... Depois disso
fomos embora.
Estava frustrada, no final
da gestação estava com o colesterol alterado, tireóide alterada e hipertensão,
além do famoso diabetes, sem contar hipos, hipers, necessidade de dieta,
inchaço, dores no corpo pelo crescimento desenfreado do Davi, mexidas dele e
etc. Meu psicológico pedia socorro... Fora isso tinha uma novidade que eu só
conto num próximo post.
No meio do caminho lembrei
de um diálogo que minha obstetra teve comigo:
-Kath, você ta vendo que não
é fácil como você achou que seria? Você fala no blog de gestação em DMs1...
Tratei de muitas ao longo da vida, mas confesso não acho fácil!
Respondi:
-Não é mesmo não! Mesmo com
todos os recursos atuais que usufrui, não estou achando fácil, por outro lado
também não acho justo nos privarmos de sermos mães por conta do DM...
Em casa ninguém mais
entendia minhas idas aos médicos e exames, falavam coisas que me entristeciam...
No meu quarto chorei muito,
Anderson já estava estressado com tudo isso, o sentia muito tenso de segunda
para cá, me acompanhava nas consultas mais o sentia distante de mim, resolvi
respeitar era o momento dele...
Orei á Deus e disse:
-Senhor, nos dê saúde e
força! Eu não agüento mais isso, pior é que eu não sei como meu filho de fato
está (eu pensava nele como pessoa, no emocional do bebê e não no físico como os
exames mostravam). Me perdoe pelo pedido, mais eu queria tanto que o Davi
nascesse logo, eu preciso olhar pro meu filho e ver que tudo está bem, eu
preciso olhar pra mim e ver que não morri...
Depois desta oração passei o
dia deitada, o inchaço era demais e as dores no corpo também.
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