Meu
nome é Gilsiane, tenho 36 anos, moro em BH/MG, sou diabética tipo 1 há 17 anos e
grávida de 37 semanas – primeira gestação.
Sou
acompanhada pelo mesmo endocrinologista há quase 17 anos. Ele me incentivava a
engravidar já há algum tempo e dizia que quando isto acontecesse eu seria
acompanhada por uma equipe especialista em diabéticas gestantes do Hospital das
Clínicas da UFMG daqui de BH. Ele foi o primeiro a saber da gravidez depois do
meu marido, é claro. Ele me atendeu ao telefone e falou “que bom, Gilsiane, é o
milagre da vida mais uma vez acontecendo”.
É
isso mesmo, eu pensei e agradecia a Deus, emocionada.
Soube
da gravidez com mais ou menos 6 a 7 semanas de gestação, em 01 de abril de
2013.
Foi
um dos dias mais felizes das nossas vidas. Tentávamos engravidar há pouco mais
de um ano (tenho cistos nos ovários, o que pode ter dificultado, além da
ansiedade) e eu já fazia uso de ácido fólico. Estava com um controle glicêmico
bom para tanto, com Hemoglobina Glicada de 6,5 na época. Assim que soube da
gravidez liguei para o meu endocrinologista e ele já conseguiu agendar uma
consulta no HC para daí a uma semana. Então comecei o controle que desde então
tem acontecido semanalmente. É claro que tive várias alterações. É mesmo muito
difícil o controle das glicemias e, na gestação, inúmeras alterações acontecem:
o corpo está em transformação, as emoções em turbilhão e as glicemias são
influenciadas por tudo isso, além da alimentação, da prescrição médica e das
atividades físicas.
Quando
engravidei fazia contagem de carboidratos bem “mais ou menos”. Usava insulina
NPH, lispro e metformina (tinha uma certa resistência à ação da insulina). Com
a gestação, parei de usar a metformina e, no primeiro trimestre, não há
resistência à insulina, pelo contrário, há várias hipoglicemias. Comecei a
fazer a contagem de carboidratos de forma mais rigorosa, usando NPH e lispro,
além da realização de glicemia capilar pelo menos 8 vezes ao dia (madrugada,
jejum, 2h após café da manhã, antes do almoço, 2h após almoço, antes do jantar,
2h após jantar e ao deitar, na ceia). A prescrição atual é Natele, Vitamina D,
insulina NPH 3 vezes ao dia e lispro, de acordo com a contagem de carboidratos,
no café da manhã, almoço e jantar.
Tive
um pequeno sangramento no início da gestação – sangramento de implantação – e
fiquei em repouso por cerca de 15 dias. Depois retomei as caminhadas
gradativamente.
Em
relação ao pré natal, eu o iniciei com um obstetra do plano de saúde, mas lá
pelo 4o mês de gestação, conheci uma ONG daqui da cidade chamada Bem Nascer (http://www.bemnascer.org.br/ ) que
apoia o parto natural e humanizado e eu comecei a me apaixonar por esta ideia.
Na verdade este já era um antigo desejo meu, mas só na gestação é que eu comecei
a pensar mais nisso. Daí conheci um
outro obstetra que toparia me acompanhar sabendo das minhas particularidades
(idade, DM1, desejos) e me possibilitaria o parto natural/humanizado respeitando
o meu desejo. Então comecei a fazer ioga, fisioterapia para fortalecimento do
assoalho pélvico e continuei firme na atividade física, além do controle
endócrino. Eu já fazia caminhadas cerca de 4 vezes por semana.
O
pessoal da endocrinologia não apoia muito esta ideia, mas eu estou confiante
que tudo vai dar certo. Aliás já está dando, apesar das dificuldades do
controle glicêmico. O meu controle não é o ideal, mas para uma mulher DM1 não
está dos piores.
Consultei
com a oftalmologista na gestação nos três trimestres e está tudo bem. Ela não
contraindica o parto natural. As glicohemoglobinas da gestação foram: 6,2; 5,5;
6,6; 6,3. Tive uma infecção de urina bem no início da gravidez, tratada com
antibiótico. A pressão arterial tem se mantido normal.
Na
semana passada, início da 36a semana de gestação a equipe de
endocrinologia queria me internar devido ao aumento do líquido amniótico, mas
eu procurei o meu obstetra e fizemos mais uma ultrassom e o peso estimado do
nosso bebê naquele dia era de 3.049 grs, percentil entre 50 e 75 e aumento do líquido
amniótico. Sabemos que o bebê está um pouco acima do peso para a idade
gestacional, mas há também uma genética importante: nasci com 4,1kg e o pai com
4,5kg.
Tenho
ido ao Hospital Sofia Feldman (http://www.sofiafeldman.org.br/atencao-a-mulher/
) cerca de 4 vezes por semana para atendimentos com médico obstetra, enfermeira
obstetra, dentre outros profissionais. Estou fazendo terapias integrativas para
ajudar na diminuição da ansiedade e a partir de agora intensificaremos a
indução do parto com homeopáticos, auriculoterapia, escalda pés.... É lá que terei o parto.
Desde
a 33a semana faço cardiotocografia para monitorar o bebê, que graças
a Deus está bem. Na última semana fiz este exame três vezes.
Este
hospital é filantrópico e eu o escolhi por causa da possibilidade de realizar o
meu parto o mais naturalmente possível, apesar das minhas particularidades e da
classificação de “gravidez de alto risco”. Eles são referência nacional,
atendem todo o estado de MG.
Estou
muito feliz neste período, buscando me informar cada vez mais sobre a gestação,
sobre a gravidez de uma diabética (aliás eu já fazia isso antes mesmo de
engravidar e conheci o blog da Kath quando comecei a pensar nessa
possibilidade).
É claro
que tenho vários medos – como toda mulher grávida – e outros associados ao que
é chamado de gravidez de “alto risco”, mas tenho fé, tenho coragem para lutar,
tenho desejos e confio na equipe que está me acompanhando. Pretendo ter uma
parto na água ou de cócoras, sem analgesia. Entendo que a ação da gravidade
ajudará na expulsão do bebê e nós ficaremos muito melhor após o parto,
comparando com uma cesariana. Nascer é um trauma para o bebê e com este tipo de
parto o trauma será menor, há vários estudos que falam disso. É claro que se na
hora H isso não for possível a equipe fará o melhor para nós.
Dentre
os meus antigos desejos está o de amamentar. Tenho me preparado para isso
também. Tomo sol no bico do seio frequentemente por cerca de 15 minutos antes das
10 ou depois das 16 horas.
Desde
o início da gravidez decidimos não saber o sexo do bebê até que ele (a) nasça.
Agora já está super perto e decidiremos o seu nome quando nascer. Temos uma
lista de nomes de menina e outra com nomes de menino. Esperaremos ver a carinha
dele ou dela para escolhermos o seu nome. É provável que isso aconteça na
próxima semana, quando entraremos na 38a semana de gestação. Caso
esta indução mais natural que já estamos fazendo não seja efetiva, faremos uma
outra indução – mecânica e/ou alopática - para que a gestação não se estenda
demais porque sabe-se que, no caso da diabética, isso pode trazer prejuízos
para o bebê. Desta forma a data provável
do parto será a partir de 18-11-13.
Estou
louca para este dia chegar: o cansaço do final da gestação, os edemas das
pernas e pés, o aumento de peso – ganhei 11 kg até agora - e a vontade de ter o
bebê no colo para que nós três iniciemos uma nova vida: cheia de bênçãos,
graças e esperanças.
Esse relato é parte da minha história, da história do meu marido, que é o meu companheiro sempre e me ajuda muito na necessária tranquilidade que busco, e o início da história do nosso bebê, que está quase chegando.
Muito legal encontrar outra gestante diabética em busca de um parto natural! Estou na torcida pela Gilsiane e quero ver o relato após o parto também. :)
ResponderExcluirLindo relato! Gilsiane é uma mulher especial, inteligente, determinada e lutadora. Aprendi muito com ela as vezes em que nos encontramos nesta jornada. Desejo muito que ela tenha seu parto o mais natural possível. desejo também tudo de bom e muitas felicidades para Gilsiane e sua família.
ResponderExcluirQue coisa linda. Parabéns à Gilsiane e tudo de bom para a essa família tão especial. Felicidades Gilsiane, Paulo e Bebê, que já estamos ansiosos para conhecer.
ResponderExcluirEstou na torcida aqui Gilsiane. E se precisar de qualquer coisa antes, durante ou depois, também pode contar comigo e com o Ishtar BH. Bjo gde e abraço apertado em vcs! :)
ResponderExcluirAmiga.... estou muito feliz por você, pelo Paulo e claro aguardando ansiosa a chegada da minha "sobrinha ou sobrinho de coração "..... Você é guerreira e batalhou pelo sonho de se tornar MAE!!!! Beijossss
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