É
sabido que o sonho da maternidade para a diabética é possível, porém a palavra
CONTROLE deve fazer parte desta trajetória.
Se o
diabetes estiver mal controlado nas primeiras semanas da gravidez, os riscos de
abortamento espontâneo (passei por isso) e malformação congênita do bebê são
maiores, como por exemplo, cardiopatias.
Nos
estágios mais avançados da gravidez há os riscos de: polidrâmnio (aumento do
líquido amniótico) também torna-se comum e pode causar parto prematuro, o feto
pode entrar em hipóxia (baixa oxigenação) no terceiro trimestre, chegando ao
óbito, macrossomia (aumento de peso e tamanho) fetal, hipoglicemia, síndrome da
angústia respiratória (dificuldade para respirar), hiperbilirrubinemia (icterícia), hipocalcemia (pouco cálcio no sangue) e distúrbio alimentar.
Se
as mulheres diabéticas seguirem um programa de controle e vigilância adequado
as chances de terem filhos saudáveis são de 95%.
Elenquei
algumas intercorrências que podem haver, pois acho de suma importância a mãe
diabética conhecê-las, acho que o conhecimento nestas horas tende a cooperar
muito, falo por experiência própria já que tive um bebê macrossômico, prematuro
por ter tido polidrâmnio e por estas razões ele teve também síndrome da angústia
respiratória, passou nove dias na UTI para ser melhor atendido. Todas as coisas
que lhe ocorreram foram passageiras, saber sobre elas me ajudou muito a entender
o que ele estava passando. Não se desespere com tudo o que está lendo, são
coisas que muitas vezes independe de nós mães e podem ocorrer com qualquer
gestante, diabética ou não.
O
primeiro trimestre gestacional tende a ser o com maior número de hipoglicemias,
já que o bebê utiliza a glicose materna para desenvolver-se. Os enjôos e
vômitos, também cooperam para que se tenha hipoglicemia, diminuindo assim a quantidade
aplicada de insulina. Por esta razão as diabéticas devem fazer lanches entre as
refeições e antes de deitar para evitar hipoglicemias, pacientes diabéticas tipo
1 devem ter glucagon à mão e instruir alguém caso seja necessário para
aplicá-lo. A ocorrência de uma hipoglicemia
severa durante a gravidez pode levar a um quadro de sofrimento fetal sério, danos
neurológicos no bebê ou até mesmo morte fetal.
No segundo trimestre é percebido um aumento sutil das
glicemias, já que o hormônio placentário tem características do hormônio do
crescimento (eleva as glicemias).
No último trimestre
as glicemias sobem consideravelmente, a mulher começa a ter uma resistência à
insulina, outros hormônios passam a aumentar na corrente sanguínea todos eles
necessários neste processo. O ganho de peso e alimentação também contribuem
para os quadros de hiperglicemias. Esta
loucura toda que ocorre em nosso corpo tem uma explicação: A resistência insulínica da gestação
serve para levar nutrientes preferencialmente para o feto em desenvolvimento,
permitindo simultaneamente o acúmulo de tecido adiposo materno. Por isso a
quantidade de insulina que a mulher aplica pode até mesmo triplicar, isso é
normal.
Lembro da minha obstetra falando que o hormônio que “abençoa”
o bebê (o faz crescer) é o mesmo que para minha glicemias seriam uma
“catástrofe” já que várias são as mudanças metabólicas e hormonais que ocorrem
na gestação.
Durante as consultas seu endocrinologista criará metas
glicêmicas do seu pré e pós-prandial (isso é individual), o mesmo julgará
melhor forma de tratamento e medicamentos, acredito que não há melhor ou pior
forma de tratar-se há uma forma específica para cada paciente.
São mais de duzentos dias gestando, muitas coisas acontecem
nesta caminhada, acredito que seguir o proposto pelo médico só tende a cooperar
durante a gestação, a mulher consegue ótimas glicemias (claro que nem sempre
isso é possível) e não tem excesso de peso caso se dedique neste período.
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