Me chamo Andrielly Scavello tenho 27 anos, me formei em enfermagem e meu primeiro contato sobre a DM1 foi exatamente na faculdade,estudando através de livros e pesquisas fui adquirindo conhecimentos com a profissão para ajudar meus pacientes.
Por alguns anos sempre sentia alguns sintomas que por muitas vezes passaram-se despercebidos por mim,pelo fato de viver uma rotina de estudos e muito trabalho,que faziam com que eu não me cuidasse,não praticasse exercícios e até mesmo não fizesse um check-up ,que era o mais importante.Irônico isso, por que estudava enfermagem na época e trabalhava numa clinica médica e não me cuidava em nada,só nos últimos casos... Como dizia minha avó"Casa de ferreiro,espeto de pau”.
Então aqueles sintomas que eram despercebidos começaram a ter uma grande intensidade no ponto máximo, fui sozinha ao medico e fiz uma bateria de exames.
No primeiro momento diagnóstico inicial de “pré diabetes” (me encontrava em plena lua de mel) ,tomava alguns comprimidos durante o dia e comecei a reeducar minha alimentação. Confesso que foi a pior parte.Reeducação parecia um obstáculo tão grande que sentia até crises de desconforto por não comer tantos doces como antes,comecei a cortar tudo isso optando por atividade física e alimentação orgânica e saudável. Fiquei por muito tempo assim,aprendendo algumas receitas e fazendo algumas substituições.
Depois que acabou a doce lua de mel,comecei a passar bem mal de verdade,não conseguia segurar um copo,não tinha forças só chorava...Meu médico havia viajado para o exterior e eu não sabia o que fazer, não tinha insulina para tomar por que ele só me deu comprimidos, fiquei com as glicemias por dias e dias na faixa de 400/500 mg/dl, neste meio tempo minha avó estava debilitada á beira da morte, foi tudo ao mesmo tempo, entrei em cetoacidose diabética e parei na emergência. Não conseguia andar,muito tonta e super desidratada,senti aquela sensação de morte vindo em minha direção...
Não conseguia me mexer por que não tinha forças,chegando na emergência acabei desmaiando e perdendo meus sentidos. Fiquei por 2 dias me recuperando em um leito que era vizinho ao da minha avó que estava entre a vida e a morte. Quando acordei senti um novo ânimo pois havia tomado insulina e soro.
O medico chegou de viagem e me receitou a lantus e apidra comecei a usar e fazer contagem de carboidrato,fator de correção e etc...Comecei a fazer terapia para a aceitação da nova vida,confesso que isso me ajudou muito.
Entrei na academia e conversando com o nutricionista resolvemos manter uma dieta protéica que pra nós DM1 é muito boa (caso não haja problemas renais).Fui praticando minha academia e cuidando da alimentação. Apesar de ter insulina e saber contar carboidratos evito comer besteiras, como eventualmente pois ninguém é de ferro , mas de forma moderada e aos fins de semana.
Não sou perfeita em meus controles, tenho altos e baixos, porém me esforço para ter boas glicemias. Acho que o tratamento DM é basicamente 50% do paciente e 50% do medico. Se dedicando, dialogando com o médico e fazendo sua parte conseguimos bons resultados. Sou prova disso!
Falando de tratamento, vou ressaltar minha mais nova experiência com o DM, quem sabe pode ajudá-los...
Sempre mantive minha glicada em 6,6% e em pouco tempo ela foi pra 7,8%, aquilo me assustou, nos últimos meses me sentia cansada, fraca e sem ânimo para treinar. Eu e meu endocrino conversamos muito, precisávamos descobrir o por que do aumento da glicada já que tenho uma alimentação regrada, me exercito, tomo as insulinas e conto CHO assiduamente.
Acompanhem os tópicos:
- Uso caneta de insulina, aliás estava com a mesma há 8 meses, não sabia que precisava trocá-la a cada 4 meses, descobri que com o tempo de uso, a mesma vai perdendo a exatidão nas dosagens e isso me aconteceu, não recebia a dosagem adequada de insulina. Porém, até entendermos que o problema estava na caneta, fomos revendo todo o meu tratamento. Parece bobeira, mas isso resultou numa bela subida na glicada. Neste período pensamos entrar com a bomba de insulina para me ajudar no controle, porém achei melhor esgotar todas as possibilidades antes de entrar com a bomba, queria entender o que estava havendo com o meu corpo.
- Ajustamos a basal, percebemos que no período da tarde eu não tinha um bom controle glicêmico, já que neste período tinha uma resistência grande á a insulina. Foi ai que ele resolveu fracioná-la o que resultou em boas glicemia e um controle ótimo. Para descobrirmos isso com exatidão, apelei para um novo tratamento utilizado para medir glicemias a cada minuto o “guardian” se trata de um sensor que é colocado sobre a pele através de uma pequena agulha que estipula com gráficos as glicemias ,através dele podemos ver qual o horário que a glicose precisa de ajustes.Foi ai que meu medico conseguiu melhorar meu tratamento fracionando a lantus no horário da tarde, já que o "guardian" apontou que era neste período que eu tinha maior número de hiper.
-Continuei me exercitando, contando CHO assiduamente e ingerindo muito liquido.
Me considero uma pessoa feliz,aprendi muito,superei meus limites e vou cencendo o preconceito que a sociedade impõe. Sou muito agradecida a Deus e a minha família pelo apoio recebido, isso tem sido muito importante.
Agora quero deixar um recado para você que está lendo meu depoimento:
Não desanime se sua glicada está alta ou se hoje você não teve um controle no padrão,saiba que não somos de ferro...Mas faça vale a pena cada minuto da sua vida,se cuide,faça as coisas certinhas,procure fazer o bem sempre e leve com vc essa experiência de ser diabético como algo positivo, tente tirar algo bom... Apesar de as vezes ter vontade jogar tudo para o alto,pense nas pessoas que te amam e te admiram por vc ser guerreiro e vitorioso.
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