Me chamo Leiliane Stefanello, tenho 27 anos, nasci em
Araputanga, uma cidade do interior de Mato Grosso, onde resido até hoje. Nasci
numa família linda, com meu pai e minha mãe muito abençoados. Sou a filha
caçula de 3 irmãs e desde os 16 anos sou diabética tipo 1.
O que para muitas pessoas talvez fosse uma desmotivação, para
mim, descobrir o Diabetes na adolescência foi um verdadeiro impulso para que eu
quisesse viver mais, melhor, feliz, saudável e com a responsabilidade de
conviver com uma doença que exige da pessoa disciplina, dedicação e conhecimento
sobre a mesma. Graças a Deus sou muito feliz, sempre sorridente, bem humorada e
que desde o primeiro momento aceitou esse pequeno “detalhe” na vida da melhor
forma possível: conhecendo o problema e me cuidando bem para poder conviver bem
com ele.
Sou Professora de Biologia e amo o que faço. Apaixonada pelos meus alunos, compartilho com
eles, sempre que possível, meu modo de vida, o estilo de vida saudável que levo
e como podemos conviver “numa boa” com uma doença crônica. Falo no intuito de
informar, pois quando fui diagnosticada com Diabetes tipo 1, no ano de 2003,
não sabia quase nada sobre o assunto, por isso, como professora de Biologia,
sempre considero pertinente a abordagem deste tema, que é cada dia mais comum
nas pessoas, e infelizmente acomete também crianças e adolescentes.
O que é informado às pessoas é somente os casos de
complicações, mortes e coisas ruins sobre a doença. Nunca te passam algo
positivo quando você ainda não conhece seu problema. Só te dizem que vai ficar
cego, amputar dedos e pernas, ou coisa assim, ah dizem também que mulheres
morreram ao tentar ter filhos. Cruel!
Sou casada há 7 anos com uma pessoa maravilhosa (André
Stefanello), com quem namorei desde o ano de 2003 e agora mãe do Davi Luiz,
nosso príncipe esperado e planejado, Presente de Deus!
Escrevo para este blog a convite da minha amiga virtual Kath
Paloma, pessoa muito especial, com que partilhei várias dúvidas durante a
gestação e autora do blog, o qual sempre me motivou acreditar entre outros
fatores numa gestação tranquila e com final feliz.
Sempre soube que poderia ser mãe e já sabia que isso
necessitaria de muitos cuidados e um acompanhamento especializado com equipe
médica competente. Moro no interior de Mato Grosso e para todos estes cuidados
já sabia que precisaríamos de tempo e uma preparação financeira para estes
gastos.
No dia 21/09/2013, a pedido do meu marido, que completava
neste dia 30 anos parei de tomar anticoncepcional. Na verdade já queria parar
há muito tempo, mas ainda faltava coragem, visto que minha hemoglobina glicada
ainda estava 8 e para uma gestação segura os médicos recomendam pelo menos 7,
nos 3 últimos exames, por isso tínhamos um pouco de receio ainda, mas a
confiança em Deus acalmava e nos dava a certeza que daria tudo certo.
No dia 12/11/2013 fiquei grávida, mas só confirmamos no exame
BetaHCG no dia 03/12/2014. Foi uma alegria muito grande, uma emoção muito forte
e a esperança de controlar a glicose para seguirmos com uma gestação segura.
Começei o pré-natal no outro dia. Consultas com endócrino
todo mês, a quem enviava planilha a cada 7 dias dos dextros e nutricionista,
também faziam parte da rotina de cuidados. Atividade física, como caminhada e
Pilates também fizeram parte dos cuidados. Lia também muitos blogs de outras
mães diabéticas, com relatos em sua maioria positivos e com final feliz. Conversava
com elas por e-mail e telefonte também. Lia principalmente o da Kath Paloma e
Elisa Kobayashi ( Blog Doce Dia).
As ultrassonografias começaram, uma a cada mês, e a cada uma
delas com resultados dentro da normalidade a certeza que estava dando tudo
certo. Como todas as outras gestantes Diabéticas, sentia até o 3º ou 4º mês muita
hipoglicemia. Isso exigia de mim mais cuidados e mais exames de dia e de
madrugada para que ela não caísse muito, mas felizmente se estabilizou depois.
Minha hemoglobina glicada melhorou e passou durante a gestação entre 5,5 e 6,5.
Contudo toda a gestação passei bem, posso dizer de
maravilhosamente ótima, muito disposta, feliz e confiante, em ritmo de vida
normal, sem nenhuma consulta fora do pré-natal e nenhuma intercorrência.
Trabalhei durante toda a gestação, continuei com meu Mestrado também e isso foi
muito bom, pois os dias passavam mais rápido. Um amigo inseparável foi meu
aparelhinho de medir glicose, que sempre estava comigo durante a gestação.
Tinha medo da glicose cair ou subir demais. Mesmo com todos estes cuidados,
tinha dia que os valores escapavam, mas eu tinha que ter paciência e saber que
esses escapes não dependiam só de mim na maioria das vezes, eram desvaneios da
própria doença ou confusão com os hormônios adicionais da gestação.
Durante a gestação foi fundamental o apoio do meu marido, que
me acompanhou em todas as consultas e com muito cuidado me ajudava nos
controles, e me vigiava também quando a vontade de comer algum doce a mais fora
dos momentos de hipoglicemias era grande. Ele acordava comigo durantes todas as
noites para os controles da madrugada, que inicialmente eram de 2 em 2 hs e no
final fechamos só em um dextro às 3hs da madrugada. Minha família e amigos,
também muito confiantes, oravam por minha gestação e nosso bebê a todo tempo.
Muitas novenas nós fizemos e muitas foram realizadas para nós também.
Na madrugada do dia 24/07/2014, às 3:45 hs, com 37 semanas e
6 dias, de parto cesárea (tive medo de ter parto normal, mas poderia ter sido sem
problemas), nasceu nosso príncipe: Davi Luiz, lindo, perfeito, saudável, com
3.220 Kg. Um presente de Deus nos confirmando que com Deus podemos tudo e que
podemos confiar sempre nEle: “Não tenhais medo”, “Pedis e recebereis”, sempre
lia esses trechos da Bíblia entre outros trechos para me fortalecer.
Para as mulheres diabéticas que querem ser mãe, acreditem que
é possível. Se cuidem, leiam sobre o assunto, conversem com outras mães no
mesmo estado e façam a parte que cabe a cada diabético: se cuidar
constantemente. Vamos aumentar a estatística de gestações de mães diabéticas.
Quanto à recuperação da cirurgia, foi uma bênção.
Recuperei-me super bem! A cirurgia se cicatrizou no tempo normal e não tive
nenhuma intercorrência, é claro, segui com muito cuidado todas as orientações
médicas. A foto abaixo é de 1 mês após o parto, não tive problemas para voltar ao meu corpo pré gestação.
A amamentação exige bastante cuidado pelo fato de acontecerem
muitas “hipos” neste período, mas com uma dosagem de insulina correta e uma
alimentação adequada é possível controlá-las.
Que Deus continue abençoando cada uma de nós!
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