Meu
nome é Karina Nowak de Oliveira, hoje tenho 37 anos sou de Goiânia. Adquiri
diabetes aos 17 anos, quando fui diagnosticada com DM1 eu não tinha noção do
que era e nem da proporção do problema, nunca fui rigorosa com dieta, fiz
tratamento durante quase 5 anos pra reumatismo que segundo o médico era um tipo
de reumatismo que não acusava nos exames de sangue porem minhas dores não
melhoravam e eu estava cada vez com mais dificuldades para me locomover, foi
quando meu irmão percebeu que meu problema poderia ser neurológico e descobrimos
que eu estava com poli neuropatia e que já havia afetado os braços e as pernas.
Com o tratamento em andamento fui melhorando das dores, quanto a glicemia hora
estava boa depois descontrolava.
Eu
nunca fui internada por conta de descontrole glicêmico, aos 19 anos eu tive um
abcesso renal, na verdade estava entre o rim e a costela, tive que passar por
cirurgia para retirar o abcesso, meus rins continuaram funcionando normal.
Me
esqueci de falar, eu tenho além de meus pais dois irmãos e duas irmãs eu sou a
quarta filha e a única DM1.
Sei
que depois da DM1 eu tive depressão, poli neuropatia e fibromialgia o que
também me causa muita dor.
Aos
29 anos fui embora pra Manaus, eu namorava um bombeiro que era de la e depois
de quase 4 anos em Goiânia ele teve que voltar e eu acabei indo pra la. Ele já
tinha uma filha e eu queria muito ter um filho também mais além de ser
diabética o meu medico havia falado que pra eu engravidar eu precisaria de
fazer tratamento por que eu tinha os dois ovários policísticos e o útero
virado. Então eu passei a acreditar que eu não iria ter filhos, já tinha sido
orientada que a gestação diabética era muito complicada e ainda por cima tinha
esse problema nos ovários, achei melhor deixar pra lá e nada de fazer
tratamento só mesmo o da diabetes.
O
relacionamento com o bombeiro em Manaus não deu certo, ainda fiquei algum tempo
em Manaus morando sozinha, mais como nunca terminei nenhuma faculdade só
arrumava empregos que não davam pra me manter lá,e pra piorar eu tive
quatro infecção de urina consecutivas, acabava de tomar os antibióticos a
infecção voltava, eu fui pra lá em setembro de 2007 e voltei em novembro de
2008.
Em dezembro de 2008 já em Goiânia eu sai com um “amigo”, e nesse dia eu fiquei com ele, 6 semanas depois
descobri que estava grávida.
Eu me desesperei, como se eu
não fiz tratamento? Eu estava desempregada sem plano de saúde. Logo que eu
soube eu contei para minha família, e a novidade não foi recebida com festa,
pelo contrario, me criticaram muito. A reação das minhas irmãs pra mim foi a
pior parte dessa faze da minha vida. Eu sempre tive muito respeito por elas,
costumo dizer que ate mais respeito por elas do que pela minha própria mãe. A
opinião delas pra mim sempre era muito importante, valia muito.
Marquei consulta pelo SUS,
fiz alguns exames de laboratório, minha primeira ultrassonografia foi com 7
semanas. Minha mãe logo acalmou e passou e me ajudar, já as minhas irmãs nem
falavam comigo, o pai da criança queria que eu interrompesse a gestação, e
nunca me ajudou em nada. Fisicamente eu estava ótima, emocionalmente um caco.
Fui encaminhada para o pré
natal do hospital das clinicas onde tinha acompanhamento de gravidez de alto
risco, eu ia nas consultas todas as segundas feiras, passava pela ginecologista
depois nutricionista e depois endócrino ou seja minhas segundas feiras era
todinha no hospital, e agradeço muito por isso pq eu fui muito bem assistida eu
não tive problema alguma durante a gravidez minha glicose ficou muito bem
controlada, tive que passar uma noite no hospital pq quando eu estava com 32
semanas eu estava com 2 centímetros de dilatação, mais nada muito preocupante
apenas fiquei no hospital para tomar soro e dar uma hidratada no organismo,
nunca senti uma dor não tive enjoo, em relação gravidez e diabetes não tenho
nada do que me queixar, tive sim problemas emocionais por conta das minhas
irmãs e do pai do bebe.
Com 16 semanas soube que era
uma menina, fiquei muito feliz, minha pequena menina, minha Leandra. Nessa
mesma época fui pra Manaus novamente fiquei 30 dias la pra resolver algumas
pendencias que eu havia deixado por la. Quando voltei graças a DEUS estava tudo
ótimo, eu estava me sentindo a mulher mais saudável do mundo, eu fazia de tudo
arrumava casa, saia com algumas amigas fazia todo o meu tratamento andando de
ônibus pra tudo que era lado.
Engordei um total de 9
quilos e minha filha nasceu no dia 1 de setembro de 2009, com 53 centímetros e
3,555kg, o parto foi Cesária pois os medico queria 10 cm de dilatação e depois
de quase 4 horas sentindo as dores do parto eu tinha 8 cm dai o próprio medico
optou por fazer a Cesária. Ela nasceu super bem um pouco cansada por isso
precisou ficar com capacete de oxigênio, mais no dia seguinte já estava comigo
e mamando muito, minha recuperação foi perfeita com 9 dias pequei um ônibus e
fui pro hospital tirar os pontos.
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2º dia da leandra ainda no hospital |
Amamentei ate os 4 meses
porque a neuropatia atacou e eu já não estava conseguindo segurar ela, eu não
podia tomar os remédios e amamentar então consegui aguentar ate a Leandra
completar 4 meses.
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Leandra com 7 meses |
Hoje continuo fazendo meu
controle glicêmico a Leandra está com 5 anos, apesar de todo problema emocional
que passei durante a gravidez hoje brinco que minha filha é filha única de 3
mães solteiras. O pai dela as vezes aparece, tentei muito uma aproximação dele
com ela, ate que consegui, a Leandra tem contato com a família paterna mais
precisei engolir muito sapo e engulo ate hoje pra satisfazer a minha pequena
menina, porem meu relacionamento com o pai dela não é dos melhores.
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Sendo mimada pela tia |
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Tia Babona |
O que tenho pra dizer a
todas as diabéticas que querem ser mãe é que vale todo esforço, todo cuidado,
cada minutinho dedicado a esse milagre de se ter um filho, planejado ou não,
nós podemos tudo, as complicações podem acontecer independentes de ser ou não
diabética, vou dizer novamente nunca me senti tão cheia de saúde como quando
estava gravida. Felicidades a todas as mamães diabéticas, e muita saúde a todas
as diabéticas que planejam ser mamães.
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Outubro de 2014 em salvador- Leandra 5 anos. |
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