Olá!
Meu nome
é Simone, moro em São Paulo, sou Diabética tipo 1 desde os 30 anos, hoje tenho
39, uso Lantus e Humalog, aplico-me com seringa.
Descobri o
diabetes quando meu filho mais velho tinha dois meses, fui para o hospital com
os sintomas clássicos do DM, mas na época não sabíamos o que era, e para a
nossa surpresa a glicemia estava em 900 mg/dl... Os médicos ficaram espantados
por eu não ter entrado em coma. A partir daí iniciou-se uma nova jornada em
minha vida conhecendo todo o universo DM...
Manter os
dextros bons, era um sacrifício, estava sempre na casa dos 500 mg/dl, a glicada
então... Sempre acima dos 10%, confesso que tudo isso me desestimulava muito...
Diante
disso, nunca mais quis engravidar, sabia dos riscos de uma gestação na minha
situação e não queria arriscar de forma alguma... Até que para a minha surpresa aos 39 anos, com glicada em 10,5% descobri que estava grávida, o medo tomou conta de mim,
pois só escutava coisas ruins sobre isso...
Não tinha
o que fazer, precisava me cuidar, iniciei o pré-natal de alto-risco e fui
buscar ajuda de um nutrólogo, ele me encorajou bastante, disse que se seguisse
a risca o tratamento venceríamos, era muito difícil, mas fazia tudo certinho, a
cada consulta eu recebia parabéns pelo meu envolvimento com o tratamento, aquilo
me dava forças, procurava não pensar em coisas ruins que poderiam acontecer.
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Gravidez |
Fazia
todos os exames solicitados... Tudo ia correndo bem na medida do possível.
Tive
momentos difíceis, passava muito mal com as hipos, ia semanalmente as consultas
e no fim da gravidez cheguei a ficar internada por ter tido muitas hipos.
Com 37
semanas a equipe de alto risco resolveu induzir meu parto...
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Davi na barriga |
O medo e
a ansiedade tomaram conta de mim, mas pela quantidade de hipos que eu passei a
ter no último trimestre gestacional, vi no parto uma possibilidade de enfim
poder ter meu filho em meus braços.
As
00h30min do dia 23 de janeiro de 2016, minha bolsa rompeu, a cada hora eles
faziam o cardiotoco para ver os batimentos do meu filho e ás 07h10min do dia 23
de janeiro, Davi veio ao mundo perfeito, lindo e com saúde nasceu com 46,6cm e
3.076kg..
Não
acreditava, era muita alegria, Davi ficou no soro para não ter hipo, mas logo
saiu.
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Davi no dia em que nasceu |
Para mim,
não foi fácil, me controlar, controlar com meus medos, passando noites em claro medindo a
glicemia para não ter hipo, com alimentação regradissima, aplicações de insulinas,
controles, exames e consultas continuas... E tantas outras coisas...
Tudo
muito cansativo... Mas ver o rostinho do Davi e ouvir dos médicos me dizendo
que meus esforços valeram a pena e parabenizando, era ter certeza que tinha
conseguido provar para aqueles que me desencorajaram que era possível ser mãe diabética.
No final da minha gestação minha glicada estava em 6%. Atualmente amamento meu filho em livre demanda e não tive corte e nem pontos para o parto, portanto a recuperação foi super tranquila.
Minha vida mudou, dona de casa, diabetes, uma criança, um bebê dentre outras coisas mais, porém a gente vai dançando conforme a música e driblando as situações para vencer diariamente.
Minha vida mudou, dona de casa, diabetes, uma criança, um bebê dentre outras coisas mais, porém a gente vai dançando conforme a música e driblando as situações para vencer diariamente.
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Meus filhos |
O que
posso dizer para as diabéticas?
É possível ser MAE DIABETICA, com esforço e dedicação...
Lutem para realizar esse sonho! E não deem ouvidos para as coisas ruins que
porventura te disserem, se apeguem o que for bom e façam tudo o que sua equipe
médica lhe aconselhar, são especialistas, te acompanham e sabem o que lhes é
melhor...
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Eu e Davi |
Vale
lembrar que de tudo colhemos bons frutos, foi na gravidez que conheci a Kath
(Blog Diabetes e Você) e a partir daí surgiu uma bacana amizade... Poder trocar
experiências e ouvir de quem já passou por isso é REVIGORANTE, na troca de experiências é que temos a certeza que VENCEREMOS... é ACOLHEDOR.