Olá Kath!
Há algum tempo me planejo pra te enviar esse email, mas nunca consigo.
Hoje, maridão saiu e filhota já esta dormindo, daí resolvi te escrever.
Em primeiro lugar gostaria de agradecer pela existência do teu blog.
Menina de Deus, li praticamente todos os depoimentos que tem lá. Além de te
seguir nas redes sociais. Isso ajuda e encoraja muitas pessoas! Continue com
este trabalho, por favor.
Vamos lá...
Sou Milene, trabalho como telefonista, tenho 31 anos e moro no sul do
Brasil. Em 2014, aos 28 anos, fui diagnostica com diabetes tendo os sintomas
clássicos... Perdi rapidamente seis quilos, passei a ter uma canseira
desgraçada e tomar muita água. Fui orientada a fazer uma bateria de exames para
verificar o que estava acontecendo. Quando os resultados dos exames saíram, a
farmacêutica do laboratório me disse:
-Vem aqui, pegar os teus exames e vai hoje mesmo ao medico.
Justamente no dia 14 de novembro (Dia Mundial do Diabetes), estava no
consultório mostrando ao médico (clinico geral) minha bateria de exames,
incluindo a glicemia que estava em 400mg/DL e glicada em 12.6%.
O médico me disse que tratava-se de Diabetes Tipo II. No anseio da
informação e preocupada com a maternidade, perguntei ao médico sobre gravidez.
Ele foi categórico:
- Será uma gravidez de risco, aliás alto risco. Se posso de te dar um
conselho, lhe digo: Acho que nem deveria tentar!
Sai do consultório com minha mãe, as duas aos prantos. Logo depois nos
acalmamos e seguimos. Meu marido foi me buscar (estamos juntos há 11 anos, mas
quando recebi a notícia, tínhamos 9 anos de relacionamento), não deixei ele nem
perguntar nada, apenas e falei:
- Se tu quiser se separar de mim vou entender, mas não vou poder te dar
um filho.
E desabei no choro!
Ele carinhosamente me abraçou e disse:
-As coisas não são assim, vamos ouvir outro médico, e, se a gente não
poder ter filhos, a gente não tem.
Confesso que foi uma luta me adaptar a rotina de uma pessoa com
diabetes, me deram informações de como me cuidar e assim segui. Comecei a me
exercitar, comer produtos lights e diets e perdendo mais quatro quilos,
somando-se 10 no total de peso perdido, 6 foram no início quando descobri o
diabetes e 4 levando uma vida bem regrada logo no início da descoberta do DM.
Em meu coração não havia
desistido de ser mãe, e foi aí que certo dia pesquisando na internet me deparo
com teu blog... Meu Deus! Uma luz no fim do túnel!
Aqueles depoimentos me deram uma injeção de ânimo. Posso ser mãe também
ué! É possível com cuidados, se aquelas mulheres conseguiram...Eu também posso!
Resolvi depois de 6 meses procurar uma endocrinologista muito
conceituada na cidade de Pelotas/ RS, embora eu tenha plano de saúde, a médica
que busquei atendia apenas particular. Sendo assim, passo com ela no particular,
acho que vale muito a pena, mesmo sendo bem distante da minha casa. Moro em
Pinheiro Machado que fica a 110 km de Pelotas.Pensa na lonjura!rs
Em consulta, ela me fez perguntas olhou os exames e disse:
-Vou te pedir um exame que tu ainda não fez, mas tenho quase certeza que tua diabetes é
tipo 1. Dito e feito. Na verdade é LADA ou 1.5.
Depois que descobrimos meu tipo de diabetes, passamos a fazer o
tratamento correto, passei a usar NPH (a retiro na farmácia popular) e a aplico
com seringa.
Usar insulina, para mim foi melhor que os remédios, pois meu estômago
doía muito com os medicamentos orais. Este tratamento somou-se a minha
disciplina e a ajuda da minha família e amigos, o que foi uma parceria perfeita
para meus bons controles deste então.
Em dezembro de 2015, minha endocrinologista me pediu uma série de exames
e como os resultados em mãos (glicada em 6% e glicemia em jejum 80 mg/DL) ela
foi enfática:
-De acordo com teus exames tu estas pronta pra engravidar!
Era tudo o que eu precisava escutar, nos programamos e no mês seguinte
fiquei grávida, descobrimos a gestação em março de 2016.
Com a notícia em mãos, voltei na médica que me indicou uma obstetra maravilhosa,
especialista em alto risco, eu fui a segunda paciente dela com diabetes.
Minha glicada estava 5,7% quando engravidei. Iniciou-se uma rotina
regada de dedicação, cuidados físicos, alimentares e com alguns pormenores, mas
para mim tudo valia a pena, estava concretizando o nosso sonho.
Media a glicemia 9 vezes por dia, anotava tudo e mandava por email pra
endocrina a três dias ,e, assim ela me instruía junto a obstetra.
Sonhávamos em termos uma menina, desde sempre ela tinha nome, seria
VALENTINA, somos uma família de mulheres, irmãs, sobrinhas e afilhadas. Pensem
em um mundo totalmente cor de rosa por aqui rs.
Quando estava com 12 semanas
descobrimos o sexo, era uma MENINA, e assim herdamos muitas coisas da meninas
da família, acessórios e roupinhas e afins. Valentina estava a caminho.
Eu já escolhido o tipo de parto, queria que ela nascesse de uma cesárea,
mesmo podendo ter normal, isso estava dentro de mim muito antes de me tornar
diabética e minha médica respeitou minha decisão.
Tudo correu muito bem durante a gravidez, é claro que o medo e o receio
sempre nos sonda, a cada ultrassom, ecocardiograma fetal e exames próprios
gestacionais, eu não dormia, ficava ansiosa, com friozinho na barriga, com medo
de alguma má notícia, os bons resultados dos exames eram um alívio para mim
porque estava sempre tudo muito bem.
Com 37 e 4 dias entrei em trabalho de parto, mas como disse
anteriormente, por opção, quis tê-la de parto cesárea.
Entrei na sala de parto com a glicemia em 104 mg/Dl. Minha filha nasceu com 46,5 cm e 3.615kg. Teve hipo logo que
nasceu, mas foi controlada, não precisou ir para UTI. Saímos do hospital em
dois dias. Tirei os pontos no 7 dias, cicatrização excelente.
Meu
leite desceu em grande quantidade após dois dias do nascimento dela e a
amamento até hoje, ela tem 1 ano e 1 mês e ainda mama no meu peito.
Engordei
14 quilos durante a gestação, de 60 quilos fui para 74 e com 11 dias após o
nascimento da bebê, eu já havia voltado ao meu peso inicial,não tive
dificuldades em perder peso e nem os ganhei no pós-parto.
É
mais difícil se cuidar depois que o bebe nasce, fato, porém minha família me
ajuda muito, cuidam dela se eu preciso me cuidar e me respaldam para que ambas
sejam assistidas em suas necessidades. Isso por aqui, faz uma grande diferença.
Não
tenho palavras pra agradecer a Deus. E mais uma vez saliento a importância do
teu trabalho. Talvez eu tivesse desistido se não fosse o teu e o depoimento de
tantas mamães diabéticas. Muito obrigada!
Estamos
tão seguros que é possível ser mãe tendo diabetes, que em breve queremos dar um
irmãozinho para a Valentina.
E em
breve vamos tentar um maninho pra Valen. Seja o que Deus quiser. Beijos
Olá Milene!! Fico muito feliz com o seu sucesso!!! Parabéns! História inspiradora!!
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