Meu nome é Isabelle Luiza, tenho 18 anos e moro em Sete Lagoas-MG. Trabalho
com maquiagem aos fins de semana, mas ainda curso o ensino médio.
Sou diabética tipo I há nove anos e nem sempre
aceitei isso com muita leveza. Por ser adolescente, acho que passei por uma
fase de rebeldia que acabou incluindo os cuidados com a doença. Não me
alimentava bem, não aferia minha glicemia com frequência e nem me preocupava em
tomar doses corretas de insulina. Um pouco depois tive cetoacidose e depois do
ocorrido decidi me cuidar melhor, mas ainda sim, não era tão bem quanto atualmente.
Fiz o test drive com a bomba de insulina, porém meu corpo teve uma rejeição,
tive abscessos e precisei drená-los através de mini cirurgias. Foi uma fase
tensa, então voltei a usar minhas canetas mesmo.
Um dia após meu aniversário de 17 anos,
descobri minha gestação, me desesperei, pois não era algo planejado. Imediatamente comuniquei meu namorado na época, e à minha família.
Assustei a todos, mas tive 100% de apoio, principalmente da minha mãe, que
sempre esteve ao meu lado em qualquer situação.
Minha glicada se mantinha na casa dos 11%, assim que descobri
a gestação ela estava 7,8%. Ao final da gravidez,consegui baixá-la para 7,2%.
Foi uma gestação muito tranquila, sem complicações, porém, com muitos cuidados.
Aferia minha glicemia cerca de
15 vezes por dia para evitar pico glicêmico, e assim não prejudicar meu bebê.
Se eu a via subir, já corrigia, e se notava que estava abaixando, me alimentava,
pois não queria que nada de ruim acontecesse.
Minha sensibilidade à insulina mudou por
completo, antes eram 3u para o café da manhã, e na gestação tomei 10u para
comer a mesma coisa. Nada incomum de acordo com a endocrinologista que me
acompanhou. Perdi peso e ganhei apenas o peso do bebê, seis quilos e meio ao
todo.
Meu pré-natal foi maravilhoso, tive um
acompanhamento bem de perto de dois obstetras (a que me acompanhou e a que fez
meu parto), dois endócrinos (a especializada em gestante e a que me acompanhava
antes da gestação), e a futura pediatra do bebê. Apesar de tudo correr bem, meu
bebê era GIG (grande pra idade gestacional) nada incomum pra quem é diabética.
Estava acima da curva desde 20 semanas, devido a isso, os médicos acharam por
bem fazermos a cesariana com exatas 36 semanas. Gael nasceu com 4.205 kg, 50
cm e uma hipoglicemia 21mg/Dl. Tivemos que ficar internados no hospital por 10
dias para um melhor acompanhamento. Gael ficou na incubadora, tomou soro
glicosado, precisou de oxigênio, recebeu luz ultravioleta para icterícia e fez
alguns exames lá mesmo.
Foram dias tensos, porém tudo valeu a pena para poder tê-lo conosco. Só pude pegá-lo no colo quando ele tinha 2 dias de vida... Foi incrível! Sensação indescritível!
Antes da gestação eu pesava 63 kg, e em menos
de um mês após o nascimento do bebê passei a pesar 60 kg, dois meses depois, meu peso estabilizou e atualmente peso 57 kg.
Tive muita dificuldade no início da
amamentação, processo longo e demorado, mas no fim tudo deu certo. Hoje meu
bebê tem cinco meses e mama exclusivamente no peito.
Ser mãe e conciliar com os estudos não é
fácil, porém minha mãe me ajuda demais. Eu e o pai do bebê não estamos mais
juntos desde o sétimo mês de gestação, mas ele tem contato com o filho e nossa relação
é amigável.
Uma dica que posso passar para as mamães e
futuras mamães são: Tenha controle, meça a glicemia várias vezes ao dia para um
melhor monitoramento, e tenha fé, pois Deus sempre está no comando de tudo.